1. Introdução:
A ansiedade generalizada foi reconhecida como doença somente na década de 1980. Porém o diagnóstico só era dado quando não havia algum outro transtorno concomitante (por exemplo, depressão e bipolaridade)
Isto foi muito limitante, uma vez que aproximadamente 70% dos casos de ansiedade generalizada têm outro diagnóstico psiquiátrico. Isto significa dizer que 70% dos portadores de ansiedade generalizada acabavam não recebendo o seu diagnóstico. Somente em 2014 a ansiedade generalizada passa a ser um transtorno que é diagnosticado mesmo na presença de outros transtornos psíquicos.
Por este motivo o conhecimento em relação à patologia ainda é inicial, pois estudos sobre ansiedade generalizada são em muito menor quantidade e qualidade que aqueles sobre transtornos que são reconhecidos como entidade diagnóstica há mais tempo, como transtornos de humor, por exemplo. Muito ainda se tem para conhecer sobre a condição, os prejuízos dela decorrentes, seu prognóstico e seu tratamento.
2. Distribuição na população:
Estima-se que de 3 a 7% da população adulta seja portadora de ansiedade generalizada. Um grande estudo conduzido epidemiológico analisou dez mil pessoas em todo território dos EUA e concluiu que a estimativa de prevalência (frequência com que a doença ocorre) na população adulta foi de 3% no momento da pesquisa e de 5,6% durante a vida (ou seja, 2,6% tiveram o transtorno no passado e não mais tinham quando entrevistados).
Considerando que estas taxas sejam semelhantes no Brasil, que tem uma população adulta de aproximadamente 169 milhões de pessoas, existem hoje algo em torno de 5 milhões e meio de brasileiros com ansiedade generalizada.
Trata-se de patologia que em geral inicia com seus primeiros sintomas ainda infância ou adolescência, sendo comum portadores referirem “sempre fui ansioso”, “tinha muito medo de tudo quando era criança”, “me sinto ansioso desde que me conheço por gente”, “sempre fui tímido”, “vivia com medo de que meus pais morressem de repente”.
O diagnóstico propriamente dito geralmente ocorre entre 20 e 30 anos de idade, com atraso médio de dez anos desde que a patologia iniciou. Não é incomum pessoas chegarem ao tratamento com sintomas iniciados há mais de vinte anos. Em relação ao sexo, atinge duas mulheres a cada homem.
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Dr. Daniel M. Gonçalves
Médico psiquiatra em Florianópolis
Atende crianças, adolescentes, adultos e idosos.
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